ARTIGO PUBLICADO NA EDIÇÃO DE OUTUBRO 2017 DA REVISTA LUMIERE ELECTRIC
Autor: Eng. Fernando Santesso - Diretor de Projetos da AURESIDE
Autor: Eng. Fernando Santesso - Diretor de Projetos da AURESIDE
Por que Cidades Inteligentes?
O
desenvolvimento econômico e social de uma nação é por vezes resultado direto do
desenvolvimento de suas cidades. Pois, além de serem lugares para viver, as
cidades são os locais de onde empresas gerenciam seus negócios e oferecem uma
variedade de serviços – logo são grandes centros de consumo de recursos.
De
acordo com as Nações Unidas (ONU), em 2007 a população urbana no mundo superou
a população vivendo em área rural e acredita-se que 70% da população mundial
será urbana até 2050, com muitas cidades com mais de 10 milhões de habitantes.
O contínuo
aumento das populações urbanas logo se traduzirá em problemas com poluição,
energia, água potável, trânsito, estacionamento e transporte cada vez mais
complexos de serem geridos.
Vale
ressaltar que o incremento da população nas cidades aumentará a demanda por
novos edifícios, o que, em última instância, levará a desafios incrementais de
infraestruturas existentes. Assim, direta ou indiretamente, as Edificações
Inteligentes se tornarão parte das soluções para Cidades Inteligentes.
Portanto, se as cidades se tornarem inteligentes, então suas edificações também
deverão ser inteligentes.
Os
benefícios das Cidades Inteligentes, porém, estão além da experiência que ela
oferece, e podem fornecer um valor econômico significativo a longo prazo. Desde
de que planejada, implementada e bem gerenciada, as Cidades Inteligentes apresentam
resultados expressivos. Estudos apontam que Cidades Inteligentes podem se beneficiar
de até 30% de economia de energia e redução de até 20% no desperdício de água.
Outros
benefícios importantes incluem segurança e maior qualidade de vida, o que, por
sua vez, impulsiona a criação de emprego, levando a maiores receitas
tributárias.
O que é uma Cidade Inteligente?
A economia
globalizada vem obrigando as cidades a encontrar formas melhores de atrair e
satisfazer as necessidades de empresas e habitantes. Nesse cenário, iniciativas
de Cidades Inteligentes têm chamado cada vez mais a atenção e atraído
investimentos.
O objetivo
principal de uma Cidade Inteligente é criar condições econômicas e de bem-estar
para sua comunidade através de serviços mais inclusivos, seguros, eficientes e
efetivos.
Entretanto,
para atingir esse objetivo as cidades devem enfrentar uma ampla diversidade de
desafios tais como: demanda crescente de energia, gestão de resíduos, melhoria
na prestação de serviços, uso mais eficiente dos recursos (humanos, infraestrutura
e natural) e a implementação de práticas sustentáveis do ponto de vista
financeiro e ambiental.
O uso
e aplicação de tecnologia da informação, automação, redes estruturadas, tecnologias
de instrumentação e inteligência artificial como ferramentas para superar esses
desafios é um dos pilares fundamentais das Cidades Inteligentes.
A
troca de informações, análise de dados e operações dentro e entre os sistemas e
domínios da cidade (sejam moradores, empresas e edificações) permite às Cidades
Inteligentes operar de maneira mais efetiva e eficiente para oferecer respostas
aos seus desafios.
Nessa
conjuntura, Edificações Inteligentes representam um importante papel a ser
considerado no ecossistema mais amplo denominado Cidades Inteligentes. Como
grandes consumidores de recursos que são, as edificações devem estar conectadas
as cidades, para que possa trocar informações em tempo real e permitir maior
eficiência na operação e menor impacto na cidade.
O que são Edificações Inteligentes?
Edificações
Inteligentes são instalações que utilizam recursos de automação avançada e integração
de sistema para medir, monitorar, controlar e otimizar suas operações e
manutenção.
O
desenvolvimento de uma Edificação Inteligente é um processo que exige investimento,
mudanças de conceito e transformação na maneira como se gerencia, interage e
opera uma edificação.
Porém,
não é apenas o uso de tecnologia que caracteriza uma Edificação Inteligente,
mas sim a forma como os dados e informações são transformados em ações para a
melhoria de eficiência, confiabilidade e conforto da edificação.
Mesmo
prédios antigos podem se transformar em uma Edificação Inteligente através de
retrofit de sistemas, ganhando funcionalidade, operabilidade e gestão.
Logo,
não existe uma implantação padrão de tecnologia para uma Edificação Inteligente
e é importante analisar as necessidades, problemas e oportunidades que a
edificação oferece, pois quanto mais inteligente for a edificação, mais
confiável é sua operação e manutenção. Isso, por sua vez, reduz os custos, o
consumo de energia, uso de recursos e emissão de CO2.
Entretanto
uma edificação pode ser inteligente, porém não conectada. A convergência
existente entre a tecnologia de informação, redes, sistemas de automação e
gerenciamento em uma edificação tem permitido o gradual aumento da
conectividade nas Edificações Inteligentes.
Essa
conectividade já permite aos proprietários, operadores e outros decisores uma
visibilidade sem precedentes nas operações, gerenciamento e manutenção de
edificações. Isso graças aos dados em tempo real gerados pelos sensores,
monitores e controles da edificação.
Nessa
conjuntura, a tecnologia da informação e rede de dados tem um papel fundamental
a desempenhar no desenvolvimento e nas operações de Edifícios Inteligentes
dinâmicos em conjunto com Cidades Inteligentes.
Cidade Inteligentes e Edificações Inteligentes
Uma
vez composta a conectividade entre Cidades e Edificações Inteligentes, a troca
de informação permitirá a ambos um ganho em sua eficiência.
Do
ponto de vista da energia, por exemplo, os Edifícios Inteligentes tornam-se um
ativo importante para as Redes Inteligentes (Smart Grid) e ajudam a apoiar o
objetivo da Cidade Inteligente de melhorar a eficiência, em termos de redução
do consumo de energia e aumento da confiabilidade energética.
A
conectividade entre esses dois agentes cria instalações adaptativas que operam
de novas maneiras, respondendo automaticamente a políticas internas,
agendamentos e sinais externos, como eventos de resposta à demanda.
Existem
inúmeros outros casos onde Edificações Inteligentes podem contribuir para
Cidades Inteligentes, como por exemplo: gestão de demanda de tráfego,
segurança, desperdício de água e outros.
O mais
importante, contudo, é entender que não se pode pensar em Cidades Inteligentes
com Edificações não inteligentes. Um agente está conectado ao outro e juntos
podem beneficiar a toda comunidade.
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