Por
José Roberto Muratori, diretor executivo da AURESIDE
Publicado na revista Lumiere Electric de novembro de 2018
Publicado na revista Lumiere Electric de novembro de 2018
Em diferentes situações e com enfoques
distintos, já abordamos este tema em alguns artigos anteriores. Mas a evolução
rápida tanto da tecnologia como dos novos conceitos de moradia nas áreas
urbanas nos faz refletir constantemente sobre a questão. Então, pretendemos
neste artigo buscar caminhos alternativos para desenvolver novas ideias e
promover discussões envolvendo variados pontos de vista.
Sobre
os custos
Em geral, sistemas de automação residencial trazem
à primeira vista uma ideia de soluções caras e até inacessíveis. Embora esta
realidade tenha sido alterada nos últimos tempos, a percepção ainda permanece
no pensamento coletivo. Dispomos de cálculos bem fundamentados que mostram uma
redução superior a 50% nos custos destes sistemas nos últimos cinco anos. Após
do advento das soluções “mobiles” como tablets e smartphones e da presença cada
vez mais intensa da Internet nas casas era de se esperar este resultado. Ou
seja, um mesmo projeto executado hoje custaria metade do preço daquele de cinco
anos atrás e ainda teria como adicional toda a mobilidade e interatividade
atualmente disponível.
Mas esta informação não chega com a devida
velocidade e intensidade aos usuários... Portanto esta é uma informação quase
“invisível” ainda e precisa ser divulgada mais intensivamente pelos
influenciadores, tais como construtores, arquitetos, agentes imobiliários e
integradores.
Sobre
as dificuldades no uso
Muitos moradores imaginam que seria difícil
utilizar sistemas de automação em suas residências, pois isto implicaria ter
conhecimentos avançados de programação ou de eletrônica e assim por diante.
Esta é outra falácia que precisa ser demonstrada de forma prática. Hoje o
desenho de templates, o uso de simples botões nas paredes ou controles remotos
podem tornar as tarefas domésticas muito intuitivas e fáceis. Projetos de
automação bem conceituados conseguem integrar sistemas tão diferentes quanto
controle de iluminação, climatização, som ambiente, câmeras, abertura de portas
e muitos outros de uma forma que a sua operação simultânea ou separada se torna
prática e intuitiva mesmo para moradores com pouca intimidade com a tecnologia.
A maioria de nós já consegue utilizar
aplicativos dos mais diversos e em diferentes situações, seja para
deslocamentos no transito, para saber a previsão do tempo, para buscar
serviços, encontrar amigos e assim por diante. Por que ainda não nos
acostumamos a “conversar” com as nossas casas seja de dentro delas ou a
distancia? Pensem quantas informações válidas poderiam ser obtidas, operadas e
gerenciadas com um simples toque na tela de um smartphone... Não estaria na
hora de colocarmos nossas casas no século 21?
Sobre
o funcionamento
Muitos de nós ainda não tivemos contato direto
com estas tecnologias. Sem poder “tocar” um produto ou solução como podemos saber se ele nos será útil e,
além disso, funcional? Será que nos causará problemas (e custos) de manutenção
além do que previmos? Ficaremos reféns de empresas ou profissionais que
aproveitarão nossa ignorância para, de alguma forma, nos explorar? Estas são
questões inevitáveis com qualquer novidade, mas se tornam mais acentuadas em
situações que envolvem maiores investimentos e prestadores de serviço
desconhecidos.
E como isto poderia ser contornado? Ainda são
escassos os espaços destinados á “experimentação”, como showrooms e
apartamentos decorados. Temos visto soluções muito interessantes implantadas em
lojas de decoração, de iluminação, de material elétrico, ateliers de
arquitetura e salas de reunião. Portanto, mesmo sem a presença massiva de
espaços exclusivos para demonstração de sistemas de automação residencial, a
sua presença em ambientes alternativos, mas que também são visitados por
potenciais compradores tem se tornado um grande facilitador para tomada de
decisão de compra. Isto, logicamente, implica em parcerias comprometidas que
envolvem diferentes agentes, mas onde todos podem alcançar ótimos resultados,
cada qual na sua atividade fim.
Sobre
acesso à informação
O mercado de automação residencial traz certa
peculiaridade. Os fabricantes e distribuidores dos produtos e soluções não
fazem venda direta aos clientes finais. Normalmente se valem de “integradores
certificados”, ou seja, profissionais ou empresas especializadas que devem
projetar, especificar e instalar os equipamentos nas casas dos seus clientes.
E, normalmente, estes integradores são empresas de pequeno porte, muito focadas
nas atividades técnicas acima citadas. Assim, na pratica, não existem muitos
canais de divulgação ampla, pois o marketing é “boca a boca”, sem a
participação dos maiores players que seriam os fabricantes e poderiam ter um
acesso maior aos canais disponíveis.
Neste sentido, algumas iniciativas da própria
AURESIDE têm procurado sanar parte destas dificuldades. Em alguns eventos já
temos visto a participação, ainda tímida, mas crescente de potenciais clientes,
desenvolvemos alguns blogs e divulgamos artigos (como este por sinal) que
procuram impulsionar o tema, mas com a principal intenção de que as informações
cheguem de forma mais rápida e consistente ao cliente final.
Neste quesito, toda colaboração obtida dos
diversos agentes de fomento será benvinda e utilizada prontamente!
Nesta breve abordagem procuramos concentrar as
principais dificuldades que ainda impedem um rápido crescimento do mercado de
automação residencial no Brasil. Em números comparativos, países como Estados
Unidos e outros da Europa Ocidental exibem estatísticas que mostram um
percentual entre 15 e 20 por cento de “casas inteligentes”.
No Brasil ainda não
atingimos nem um por cento do total de mais de 60 milhões de casas... Portanto
temos um potencial enorme para atingir números expressivos nos próximos anos.
Propomos então unir forças para conseguir estes resultados que seriam
desejáveis não somente para as empresas interessadas mas principalmente para
melhorar a qualidade de vida dos moradores.
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