Arquitetura/Design de Interiores – Inovações Estabelecidas

Virginia Rodrigues, 21/1/2010


Depois de 16 anos no mercado de arquitetura de interiores e 10 anos no mercado de automação residencial, consigo ter uma noção bastante clara do que move o mercado residencial.

No início da minha carreira, para que um empreendimento se destacasse no mercado bastava uma banheira na suíte do casal. Hoje, o consumidor procura um imóvel que complete o nível de qualidade de vida que almeja, e para isso, as construtoras e incorporadoras tem que se empenhar, e investir, em inovação e criatividade a cada novo empreendimento.

A aparência externa da edificação é a primeira impressão, mas não é a determinante. Além dos aspectos estéticos do interior, a unidade residencial deve conter, no mínimo, traços tecnológicos, princípios de acessibilidade e preocupação com a sustentabilidade.

Na maioria das vezes, mesmo depois de muita procura e pesquisa, o consumidor se contenta com uma das opções oferecidas no mercado imobiliário e parte para a contratação de um profissional que irá transformar aquele imóvel no seu lar.

Já não é surpresa que o arquiteto/design de interiores tenha que modificar revestimentos, acabamentos e algumas portas e paredes. Mas as solicitações atuais, incluem preocupações que estão virando corriqueiras:

1-     quais os benefícios tecnológicos utilizados em seus projetos? Alguns itens básicos são o acesso remoto à residência, através do monitoramente por câmeras a distância para segurança e conforto, poder intervir remotamente em algum evento indesejável, controlar cenas de iluminação e outros equipamentos elétricos e com isso ter ação direta sobre os custos com eletricidade. Poder ignorar o uso de chaves e liberar acesso a residência via biometria, na certeza de que sua casa é segura. Que a integração total dos recursos tecnológicos lhe traga muitos benefícios, mas não seja um exagero para o padrão de sua família.

2-     Quais os itens principais de acessibilidade que preciso considerar na minha residência? Um imóvel é comprado para ter uso a longo prazo. Por esta casa, poderão passar bebês, idosos, podemos sofrer contusões e receber amigos e parentes com restrições físicas ou sensoriais. Os princípios do desenho universal devem ser considerados sempre que possível, e mesmo quando não for possível, devemos prever alternativas, sempre com muita criatividade.

3-     Quais princípios de sustentabilidade serão empregados na minha obra? O cliente quer entender se as modificações sugeridas são realmente necessárias, quanto de entulho será gerado e onde será descartado. Se os fornecedores dos materiais adquiridos para a reforma, se preocupam com o meio ambiente ou quais as opções menos agressivas ao ecossistema que atendem as exigências estéticas e plásticas do que está sendo buscado.

Como se não bastassem, estes três itens ainda devem respeitar a lei máxima de uma obra/reforma: está dentro do cronograma físico/financeiro disponível?

Concluo que desde o início da minha carreira, muitas coisas mudaram, muitas inovações foram estabelecidas e incorporadas ao projeto, e não há como retroagir. Somente um conceito é supremo, o aprendizado contínuo, que deve ser aprimorado sempre com muita dedicação e paciência.

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